O Instituto Jurema surgiu a partir de um grupo de amigos que iniciaram em determinado segmento com uso de ayahuasca por volta dos anos 2000. Para além dos encontros ritualísticos da instituição que frequentava, este pequeno grupo de pessoas se reunia para realizar estudos sobre essa linha que seguiam e trocar relatos de suas experiências. Estes encontros foram se tornando cada vez mais constantes, e o grupo cada vez mais próximo e mais organizado, começou a se instalar com locais e datas marcadas. Um dos membros tinha disponível um porão em seu estabelecimento, que serviu de ponto de encontro neste início, e em seguida, passaram a organizar estes estudos em lugares abertos e mais próximos à natureza, como na praia. A partir de 2014, com a chegada de outras pessoas dispostas e interessadas em somar neste grupo, foi preciso aprimorar a organização e deu-se início ao chamado Encontro de Amigos, onde eram realizados encontros com a faixa de vinte a trinta pessoas, de forma mais periódica e no formato de Trabalhos Espirituais conforme aprendido na doutrina em que os integrantes haviam iniciado. Vale ressaltar que, no início esses encontros aconteciam mais em forma de vivências, encontros esporádicos e eram mais livres. Em 2018, um dos membros fundadores, ao realizar alguns cursos de Ciências Psicodélicas, observou que a maioria dos professores falavam sobre o tema com bastante propriedade, com dados riquíssimos a partir do campo acadêmico, das pesquisas e da ciência, mas observou que eram raros aqueles que tinham experiência com essas substâncias na prática, e que isso de alguma maneira, poderia afetar sua fala, pois apesar de ter todo aquele conhecimento em mãos, não vivenciá-lo parecia deixar algo faltando, eles não conseguiam explicar exatamente o que acontecia, como era. Há muito tempo, também observou que era comum pessoas ligadas às instituições religiosas espirituais não terem acesso ou até mesmo não se interessarem pelos conhecimentos técnicos e científicos a respeito do uso das substâncias, apenas a utilizavam como uma prática oralmente de geração em geração.
A semente do Instituto Jurema passou então a brotar, a partir destas observações a respeito da necessidade de unir esse conhecimento científico com a prática da espiritualidade, estabelecendo um elo entre os dois campos - ciência e espiritualidade.
O nome Instituto Jurema surgiu após uma longa reflexão. Em 2013, a diretora científica, Renata Monteiro, reuniu-se com nosso Patrono Professor Elisaldo Carlini, para uma conversa sobre seu mestrado com o tema da Cannabis sativa L e o Professor a orientou a estudar Jurema, que é uma planta brasileira com várias propriedades terapêuticas, de onde é extraído o DMT com maior concentração. Nosso estudo também levou à palavra Jurema que vem da língua Tupi Guarani e faz referência a árvore da Jurema. Segundo a lenda, Jurema foi uma cabocla que teria sido abandonada pela mãe enquanto ainda era bebê, aos pés desta árvore e foi adotada pelo mundo. Corajosa, a cabocla tornou-se a primeira guerreira mulher da tribo, pois a sua força e agilidade e manejo das armas e da ciência da mata, com profundo conhecimento de ervas e de folhas.
